Prevalência de afastamento por transtornos mentais e comportamentais em docentes de ensino superior no Brasil: estudo ecológico

Abstract

Introdução: Nos últimos anos, a saúde mental dos educadores tem se tornado um tema central nas discussões sobre a qualidade do ensino no Brasil. A pressão constante por resultados acadêmicos e a carga de trabalho elevada têm contribuído para o aumento de transtornos mentais entre os docentes. Entre os principais problemas de saúde que afetam esses profissionais, estão os transtornos mentais, com uma frequência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) em 19,5% dos docentes do ensino superior. Objetivo: Identificar a prevalência de afastamento por transtornos mentais e comportamentais em docentes de ensino superior no Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, utilizando dados secundários das bases do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho e da ferramenta de tabulação de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a Tabnet. O período delineado foi de 2007 a 2023 e o público alvo foi o de docentes de ensino superior na área da prática de ensino dos 26 estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, que apresentaram transtornos mentais ou comportamentais relacionados ao meio laboral. Resultados: Entre 2007 e 2022, foram registrados no Brasil 17.681 notificações por motivo de transtornos mentais relacionados ao trabalho, correspondendo a 0.6% da totalidade de casos. Considerações finais: A baixa prevalência de afastamento por transtornos mentais e comportamentais em docentes de ensino superior no Brasil traz à tona a importância da abordagem do tema em âmbito institucional e político. O aprofundamento dos dados encontrados e o detalhamento de suas características sociodemográficas permitirá que os profissionais de saúde viabilizem um cuidado mais especializado, garantindo proteção e bem-estar.